Fadiga e depressão também são sequelas da COVID-19
- gomide
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Os efeitos do Covid-19 vão além dos sintomas que se manifestam enquanto se está doente. Mesmo agora, dois anos após a pandemia, os especialistas ainda procuram respostas sobre quais são os efeitos colaterais do COVID e como combatê-los
Novos estudos apontam que fadiga e depressão são sequelas da COVID-19, continue lendo este conteúdo para entender mais sobre o assunto!
Quais são as sequelas da Covid-19?
Estar doente já não é bom, muito menos com a possibilidade de desenvolver novas complicações. Mesmo após o vírus ter sido tratado e removido do corpo, muitas pessoas continuam apresentando sintomas relacionados à passagem do coronavírus pelo organismo.
A ausência de ar é um dos sintomas mais comuns da doença. E esse sintoma pode continuar mesmo após os outros sintomas desaparecerem. Isso ocorre pois os pulmões são um dos sistemas do corpo mais afetados pelo vírus.
E após ser derrotado, fibroses, também conhecidas como cicatrizes, começam a aparecer. A causa das dificuldades respiratórias que resultam em sensação de fadiga e cansaço são justamente as fibroses.
Outra sequela comum é a dor muscular. Ela surge quando o paciente ainda está doente e apresenta uma perda muscular nessa área, o que prejudica sua mobilidade e aumenta o risco de desenvolver trombose.
Os efeitos da infecção pelo vírus também afetam órgãos como o coração e os rins. Embora as pesquisas sobre o tema ainda sejam preliminares, existem algumas teorias que explicam por que os efeitos negativos mencionados acima continuam existindo no corpo:
- As mudanças trazidas pelo coronavírus dentro das células são irreversíveis, fazendo com que a doença se transforme em uma dor crônica;
- Durante a fase aguda, mesmo depois da recuperação, os resquícios da causa permaneciam na célula, causando logo após outras infecções;
- Existe uma proteína compartilhada entre a pele humana e o vírus, impossibilitando o sistema imunológico de combatê-lo, como é o caso das doenças autoimunes.
Fadiga é uma das sequelas da COVID-19
Pacientes com infecção por Covid-19 podem apresentar fortes dores de cabeça e fadiga por mais de quatro meses após ser infectado.
A descoberta vem de uma investigação liderada por pesquisadores da Corte Prospectiva Neurológica e Molecular da Covid-19 (Conga), situada dentro do Georgia Medical College da Universidade de Augusta, e publicada na revista ScienceDirect na terça-feira, 8 de agosto.
A equipe acompanhou 200 pessoas por 125 dias após receber um diagnóstico positivo de covid-19 para avaliar a gravidade e o tempo que as complicações da doença persistiram no corpo da pessoa infectada após a infecção.
Dos 200 participantes, 80% relataram ter sintomas pós-covid. Esses dois são os sintomas mais típicos da chamada “covid longa”, com 68,5% deles relatando fadiga extrema e 66,5% relatando que a dor de cabeça é o principal problema.
Os pesquisadores explicam que a fadiga pode persistir porque os níveis de inflamação corporal de alguns indivíduos, que é a resposta natural do corpo a uma infecção, continuam altos mesmo meses depois.
A descoberta demonstra que enquanto o vírus pode diminuir, a inflamação do corpo persiste e causa sintomas como fadiga. A persistência da inflamação é pior em pacientes com esclerose múltipla e artrite reumatoide.
Pesquisadores afirmam que a sensação de exaustão nunca é apenas uma falta temporária de energia. As queixas pós-covid dos pacientes descrevem um estado contínuo de incapacidade para realizar até mesmo pequenas tarefas diárias.
Ao lavar a louça, por exemplo, eles ficam com palpitações e falta de ar, e precisam se sentar logo.
Impacto da Covid-19 no cérebro
A Covid-19 provoca uma resposta inflamatória generalizada que afeta não apenas os pulmões e as vias aéreas, como também o cérebro. Ela prejudica particularmente as células e estruturas que sustentam os neurônios.
Os neurônios do cérebro podem ser afetados e micro-hemorragias podem ocorrer lá. A inflamação aguda também pode afetar pequenos vasos sanguíneos, obstruindo o fluxo de sangue.
O resultado é uma isquemia cerebral. A pessoa tende a manifestar os sintomas em sua forma mais grave ou apresentar sintomas tardios, que são chamados de “covid longa”.
As manifestações da COVID-19 nos sistemas neurológicos e psicológicos são algumas das mais comuns. Estima-se que 34% dos pacientes recuperados apresentam pelo menos uma condição psicológica e/ou neurológica.
Veja logo abaixo as consequências que mais afetam a saúde mental:
- Dificuldade de concentração;
- Ansiedade;
- Insônia;
- Depressão;
- Problemas de memória;
- Estresse pós-traumático (geralmente após internação);
- Brain Fog, ou névoa cerebral.
- Cansaço sem muito esforço físico.
Qualquer pessoa que tenha um trauma grave pode apresentar ansiedade ou depressão que surge de modo mais ou menos acentuado.
Depressão e ansiedade podem ser sequelas da covid-19
25% das 200 pessoas entrevistadas descreveram rotinas que, na opinião dos pesquisadores, se alinham ao espectro clínico da depressão. Outros 18% mostraram sinais de desenvolver ansiedade, juntamente com propensão à depressão e até anemia.
De acordo com o relatório do estudo, pacientes com depressão e ansiedade também apresentaram um número maior de sintomas crônicos. Segundo especialistas, o isolamento que foi imposto como medida para reduzir o número de pessoas infectadas pela doença exacerbou os problemas de saúde emocional que já existiam.
Outra descoberta do estudo indica que pessoas negras têm maior propensão à covid longa: 75% dos participantes negros relataram comprometimento cognitivo leve, em comparação com 23,4% dos brancos.
Segundo os pesquisadores, estudos anteriores mostram que negros e hispânicos têm duas vezes mais chances de serem hospitalizados pela doença.
Minorias de todas as raças e etnias também são mais propensas a residir em áreas com taxas mais altas de infecção; esse risco maior é explicado por fatores como pequenas casas que impedem o isolamento, falta de assistência médica nas comunidades e outros fatores.
Conclusão
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